Direito e criatividade: Gestão Ágil para um jurídico inovador

Um modelo de trabalho contemporâneo que dá vazão à criatividade é a chave para a inovação no mercado jurídico

A criatividade é uma habilidade comumente relacionada às áreas artísticas e de comunicação, mas tem ganhado protagonismo em inúmeras áreas de negócios por conta da demanda por inovação dos tempos atuais. No mercado jurídico, não é diferente.

Por mais que, em um primeiro momento, Direito e criatividade possam parecer distantes, a capacidade de pensar criativamente será cada vez mais importante para os profissionais jurídicos do futuro. A era digital tem sido marcada por grandes mudanças para a humanidade. A competência-chave para os profissionais do Direito, agora, é conseguir surfar na incerteza e na liquidez e, para isso, a adaptabilidade, o aprendizado contínuo, visão a médio e longo prazo e, claro, a criatividade, serão essenciais.

A criatividade no Direito

No Direito, a criatividade é uma peça-chave para construir novas associações e descobertas, e precisamos dela para pensar em novas soluções para os problemas que surgem com as grandes mudanças do mundo, sejam tecnológicas, sociais, ambientais ou econômicas.

Ela também cumpre um papel essencial na potencialização do nosso repertório. Todo o conhecimento adquirido desde a graduação de Direito até as especializações e aperfeiçoamentos consolidam as nossas competências técnicas, mas é a nossa capacidade criativa que permite conectar esses saberes para elaborar um argumento sólido e bem construído.

Só conseguimos elaborar boas estratégias e criar soluções a partir de ideias construídas com diversas associações do nosso repertório pessoal, e é a construção criativa que traz a sofisticação do pensamento a partir da introdução de diversas camadas deste repertório, capaz de transformar o conhecimento num argumento diferenciado, singular. Numa audiência, uma grande sacada vem da referência que você associou rapidamente por estar sempre atento às suas conexões de conhecimento, e não a uma forma mecânica de condução de sua atividade argumentativa.

Além disso, a criatividade nos ajuda a simular situações e projetar cenários com mais facilidade. Essa habilidade de abstrair do mundo concreto é o que nos permite criar novas abordagens, tanto para prestar serviços inovadores como para encontrar caminhos mais interessantes de lidar com os times jurídicos. É o que nos faz inovar.

Gestão Ágil para um jurídico mais criativo

As estruturas ágeis de trabalho surgiram há mais de 20 anos na indústria de software com o objetivo de tornar o sistema de trabalho mais flexível e menos burocrático para dar vazão à inovação e tornar as entregas mais eficientes, tanto para seus clientes quanto para os times de desenvolvimento. Esse conjunto de práticas — apontado como um dos fatores-chave do sucesso de algumas das empresas mais valiosas do mundo, como Google, Apple, Facebook, Amazon — se baseia em valores como colaboração, transparência, comprometimento, melhoria contínua, adaptação à mudança e tem como foco entregar valor ao cliente de forma rápida e incremental.

Nesse contexto ágil, há muito espaço para a experimentação e, com a transparência radical e feedbacks frequentes fazendo parte dos processos, a consciência de que as ideias não são finais permite que os profissionais jurídicos se arrisquem mais e, com isso, encontrem novas soluções.

É uma estrutura que subverte a lógica organizacional taylorista, baseada em comando e controle, que guiou e ainda guia muitos segmentos do mercado. O taylorismo ganhou força durante a Revolução Industrial por otimizar recursos e aumentar a produtividade e, no Direito, criou grandes linhas de produção jurídicas. Enquanto isso, a gestão ágil é uma alternativa contemporânea, ideal para criar uma estrutura de trabalho condizente com a realidade dos serviços jurídicos e de seus profissionais que não vendem produtos, mas sim conhecimento.

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